Vinícius de Moraes

Luiz Henrique Gurgel
Poeta, diplomata, dramaturgo, um dos criadores da Bossa Nova, romântico, jornalista, homem do samba (e dos afrosambas), das músicas para crianças, boêmio, apaixonado pela vida (e pelas mulheres), “branco mais preto do Brasil”. O múltiplo carioca Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes, ou simplesmente Vinícius de Moraes, faria 100 anos no dia 19 de outubro.
“Foi o único de nós que teve a vida de poeta”, declarou Carlos Drummond de Andrade. Talvez por isso, tantas vezes, tenha escandalizado os mais conservadores: onde já se viu um diplomata fazer shows de música popular? Como um poeta consagrado, conhecedor de literatura inglesa, resolve escrever letras de samba? Por que se casar tantas vezes?
É comum dizer que a idade chegava e ele ia rejuvenescendo. Sua poesia foi se transformando, da preocupação religiosa, cheia de culpa e pecado, simbolista, transgrediu para o erotismo e a observação do cotidiano, modernista; foi se juntando a novos parceiros de música e tendo amigos e esposas cada vez mais jovens, conforme o poeta entrava em anos.
A música o popularizou no Brasil e no mundo. Até hoje Garota de Ipanema (que fez com Tom Jobim) é das canções mais tocadas no planeta. É provável que não haja brasileiro e brasileira, entre 15 e 60 anos ou mais, que, quando apaixonado, não tenha se lembrado de um verso dele, tirado de uma letra de música ou de um soneto. O magnífico “Que não seja imortal, posto que é chama/ Mas que seja infinito enquanto dure” é, hoje, lugar comum entre os enamorados.
Se existe algo como uma memória coletiva brasileira, Vinícius de Moraes ocupa um dos melhores e mais saborosos pedaços com Chega de SaudadeSoneto de SeparaçãoTarde em ItapuãPátria MinhaSamba da BençãoSoneto de FidelidadeRosa de HiroshimaA casa e, por que não, Na Tonga da Mironga do Kabuletê.

Fonte: https://www.escrevendoofuturo.org.br/index.php?view=article&catid=15%3Adicas-culturais&id=1454%3Avinicius-de-moraes&option=com_content&Itemid=43#comments

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